Cabo Verde

Cabo Verde

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O ACTOR DA HISTÓRIA DE CABO VERDE

AMÍLCAR LOPES CABRAL (1924 – 1973)

Amílcar Cabral nasceu em 12 de Setembro de 1924, em Bafatá na Guiné Bissau (então Portuguesa), filho de Juvenal Cabral (ex-seminarista e professor primário) e Iva Pinhel Évora (doméstica), ambos naturais de Cabo Verde.
- 1932: Veio para Cabo Verde
Estudos Primários e Secundários
- Amilcar Cabral, começou os seus estudos primários, só aos 12 anos na Escola da Praia, Rua Serpa Pinto. Em apenas um ano lectivo, cumpriu a escolaridade obrigatória. A inteligência e capacidade de assimilação do filho obrigaram Iva a um esforço a fim de poder, todos os períodos, comprar livros novos para o filho.
- Em 1937, sob os cuidados da mãe, Amilcar Cabral entra para o Liceu D. Henrique na ilha de São Vicente, que mais tarde se chamaria Liceu Nacional de Cabo Verde e mais tarde ainda Liceu Gil Eanes.
- Durante os anos do Gil Eanes, Amilcar Cabral foi sempre o melhor aluno, e nunca deixou de participar em vários movimentos estudantis e cívicos, nomeadamente na Academia Cultivar.
- Durante o tempo que vivera em São Vicente, Amilcar Cabral terá passado fome, com as grandes crises alimentares que assolaram o arquipélago em 1940 (que provocou vinte mil mortos numa população total de 120 mil habitantes) e, entre 1942 e 1948 (outros surtos de fome que ceifaram a vida de mais de trinta mil pessoas).
- 1943: Completa no Mindelo o curso liceal com nota de 17 valores (numa escala de 18), o que era uma pontuação excepcional na época.
- 1944: Emprega-se na Imprensa Nacional, na Praia
- 1945: Com uma bolsa de estudo, ingressa no I. S. Agronomia, em Lisboa
- Em 1950 termina o curso e faz estágio na Estação Agrónoma de Santarém.
- 1952: Regressa a Bissau, contratado para os S. Agrícolas e Florestais da Guiné
- 1955: O governador impõe a sua saída da colónia; vai trabalhar para Angola; liga-se ao MPLA
- 1956: Criação em Bissau do PAIGC (Numa das suas passagens por Bissau, a 19 de Setembro de 1956, Amilcar Cabral, Aristides Pereira, Luís Cabral, Júlio de Almeida, Fernando Fortes e Elisée Turpin, tem lugar uma reunião que passaria a ser considerada a data oficial da fundação do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, PAIGC, que é naturalmente um partido clandestino, até quatro anos depois).
Amilcar Cabral nesse período tem uma agenda carregada. Em Novembro de 1957 participa em Paris numa reunião para o desenvolvimento da luta contra o colonialismo português, mantém contactos com os anti-colonialistas em Lisboa, está em Accra num encontro pan-africano.
Em 1960, deixa Lisboa rumo a Paris, onde se encontra com Mário de Andrade e outros combatentes. Segue depois para Tunes, na Tunísia, em Janeiro, onde participa na segunda conferência dos Povos Africanos e Maio está em Conacri. Ainda neste mês, em Londres, denuncia numa conferência internacional, pela primeira vez, o colonialismo português. Mas sempre sublinhou não estar contra o povo português, mas sim contra o sistema colonial. Neste mesmo ano, ainda, a 15 de Novembro, o PAIGC endereça ao governo português um memorandum propondo a auto-determinação para a Guiné e cabo Verde.
- Entre 1960 e 1962, o PAIGC actua a partir da Républica da Guiné. Essa actuação desenvolve-se em três aspectos : formar militantes e quadros para a difusão do Partido no interior da Guiné, garantir o apoio dos países limítrofes e, finalmente, a obtenção do apoio internacional.
¬- A China apoia a formação de quadros do PAIGC
- 1961: Marrocos abre as portas aos membros do Partido
- 1963, 23 de Janeiro: Início da luta armada, ataque ao aquartelamento de Tite, no sul da Guiné; em Julho o PAIGC abre a frente norte
- 1970, 1 de Julho: O papa Paulo VI concede audiência a Amílcar Cabral, Agostinho Neto e Marcelino dos Santos; 22 de Novembro: O governador da Guiné-Bissau decide e Alpoim Calvão chefia a operação de "comando" "Mar Verde" destinada a capturar ou a eliminar os dirigentes do PAIGC sediados em Conacri: fracasso!
A luta armada, preconizada pelo PAIGC, prossegue sob comando e estratégia de Amilcar Cabral, e em Março de 1972 Amilcar Cabral comunica à direcção do PAIGC a existência de um complot (trama secreta concertada entre diversos indivíduos contra uma autoridade) contra si e contra o partido. A 12 Setembro de 1972 o PAIGC reivindica 2/3 do território da Guiné. Em Outubro deste mesmo ano Amilcar Cabral intervém, pela última vez, no comité de Descolonização da ONU e em Dezembro a Academia das Ciências da URSS confere a Amilcar Cabral o título de doutor honoris causa.
– Em mensagem de Ano Novo aos militantes e simpatizantes do PAIGC, Amilcar Cabral anuncia que será proclamada, em 1973, a independência da Guiné – Bissau. É o seu discurso-testamento, pois que vem a morrer dias depois.
- A 20 de Janeiro de 1973, Amilcar Cabral é assassinado, em Conacri. Luís Cabral é quem assume, na prática, o PAIGC, até que em Maio Aristides Pereira é eleito secretário-geral, no decorrer do II Congresso do PAIGC, em Madina Boé.
- Em 24 de Setembro o Comandante Nino Vieira proclama, em nome da Assembleia Nacional Popular e do PAIGC, a independência da Guiné Bissau e Luís Cabral é eleito presidente do Conselho de Estado.
A 12 de Novembro de 1974 em Lisboa, têm lugar as negociações entre Portugal e o PAIGC, com vista à independência de Cabo Verde. E a 5 de Julho Abílio Duarte, presidente da ANP, proclama a Independência de Cabo Verde.

Sem comentários:

Enviar um comentário